20 de abril de 2007
A investigação na universidade
Público, 12.04.2007, artigo de opinião de António Sampaio da Nóvoa, reitor d UL:
Declaração de interesses – julgo saber do que falo, fui investigador (e já então professor), hoje sou só professor. Confesso que sou bígamo, estou igualmente apaixonado por esses dois amores.
"Universidades mais fortes, centradas na investigação" - é esta uma das conclusões da 4.ª Convenção da Associação Europeia das Universidades, reunida em Lisboa em Março. Vale a pena recordá-la no dia em que o Ministério da Ciência e Tecnologia (e Ensino Superior) faz a exposição pública dos "seus" laboratórios associados, como se eles fossem estruturas desligadas das universidades. Como se estivéssemos perante dois mundos distintos, ainda que habitados pelas mesmas pessoas. Erradamente, há quem pense que as universidades são dispensáveis: a formação profissional poderia ser feita em escolas especializadas; o cultivo dos saberes em academias de ciência; a investigação em grandes organizações industriais ou governamentais; a inovação e desenvolvimento em empresas. Esquecem que a razão de ser da instituição universitária, como bem explica o Magna Charta Observatory, é a integração de todas estas missões num mesmo lugar. E que só a universidade pode fornecer à ciência a juventude, a criatividade e a contínua renovação de que necessita.Palavras sábias, sobre coisa muito importante que já tanto tenho discutido, geralmente com critica da "aristocracia científica", que muito prezo, mas a que também acuso, em muitos casos, de parasitarem egoisticamente a universidade. Grandes investigadores, mas sempre grandes professores? Quando é que se vai discutir a sério o enquadramento institucional da investigação praticada nas universidades?
(…)
Ainda bem! As universidades são, pela sua missão, dimensão e independência, as instituições certas para acolher e promover a investigação. É dentro delas, liderando-as, estimulando-as, inovando-as, que os centros e laboratórios têm o seu espaço natural de desenvolvimento. Impõe-se, por isso, evitar as forças centrífugas que procuram separar a formação e a ciência. São tentações perigosas, que tendem a fragmentar as universidades em prol de entidades sem passado e com futuro incerto.
Declaração de interesses – julgo saber do que falo, fui investigador (e já então professor), hoje sou só professor. Confesso que sou bígamo, estou igualmente apaixonado por esses dois amores.
Comentários:
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"Mutatis mutandis", podiamos aqui aplicar um excerto da "Misión de la Universidad" de Ortega y Gasset:
"La pedantería y la falta de reflexión han sido grandes agentes de este vicio de "científicismo" que la Universidad padece. En España comienzan ambas potencias deplorables a representar un gravísimo estorbo. Cualquier pelafustán que ha estado seis meses en un laboratorio o seminario alemán o norteamericano, cualquier sinsonte que ha hecho un descubrimiento científico, se repatría convertido en un "nuevo rico" de la ciencia, en un parvenu de la investigación. Y sin pensar un cuarto de hora en la misión de la Universidad, propone las reformas más ridículas y pedantes. En cambio, es incapaz de enseñar su "asignatura", porque ni siquiera conoce íntegra la disciplina."
Há sempre candidatos a aprendizes de feiticeiro, prontos a fazer mudanças sem avaliar as consequências. Avaliar? Para quê? Até já nem têm responsabilidades no assunto quando as "broncas" aparecem.
"La pedantería y la falta de reflexión han sido grandes agentes de este vicio de "científicismo" que la Universidad padece. En España comienzan ambas potencias deplorables a representar un gravísimo estorbo. Cualquier pelafustán que ha estado seis meses en un laboratorio o seminario alemán o norteamericano, cualquier sinsonte que ha hecho un descubrimiento científico, se repatría convertido en un "nuevo rico" de la ciencia, en un parvenu de la investigación. Y sin pensar un cuarto de hora en la misión de la Universidad, propone las reformas más ridículas y pedantes. En cambio, es incapaz de enseñar su "asignatura", porque ni siquiera conoce íntegra la disciplina."
Há sempre candidatos a aprendizes de feiticeiro, prontos a fazer mudanças sem avaliar as consequências. Avaliar? Para quê? Até já nem têm responsabilidades no assunto quando as "broncas" aparecem.
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