9 de abril de 2007
Universidades privadas
O escândalo da UnI, cada vez mais um caso de polícia, envergonha, embora injustamente, os professores dedicados, competentes e honestos das universidades privadas. Mas vem por bem, é mais um factor, talvez finalmente decisivo, de separação das águas.
Já escrevi, há algum tempo, que é minha convicção que, perante a retracção da procura e a maior folga de oferta das universidades públicas, se desvanecerá o factor de sobrevivência das privadas, a sua supletividade. Sobreviverão, fora a Católica, certamente uma (Lusófona), provavelmente mais outras duas (Lusíada, Autónoma), em Lisboa, eventualmente uma no Porto. Curiosamente, são, ao que julgo saber, as que não têm o pecado original das universidades privadas.
Para muita gente, esse pecado original foi o da falta de qualidade, num período em que o Estado, incapaz de corresponder à procura, fechou os olhos e contemporizou. Passou-se nos anos 80. Isto é esquecer um outro pecado original, o da verdadeira origem. Se essa expansão foi possível foi por estarem criadas as condições de desbravamento do terreno pela Universidade Livre, ainda nos anos 70. Já não se lembram? Ora a criação da ULivre não tem nada a ver com o que referi, foi pura e simplesmente o dar ocupação privada a professores saneados depois do 25 de Abril.
O comportamento trauliteiro desses senhores na ULivre, que a estilhaçou, prolongou-se pelos seus variados filhotes, chegando agora à UnI. A questão não é de mercado, nem de livre iniciativa, nem sequer de requisitos técnicos mínimos (venha a acreditação, a sério). É, sobretudo, de falta de envergadura moral.
Nota 1 – Já depois de escrito este apontamento, li no Público de 1.4.2007 a crónica habitual de António Barreto, muito no sentido do que aqui deixo escrito.
Nota 2 – Em relação ao novo reitor, a UnI declarou que não considera incompatível o seu cargo com a sua situação de empregado de um banco. Só por tal desconchavo, a UnI merecia ser imediatamente encerrada.
Já escrevi, há algum tempo, que é minha convicção que, perante a retracção da procura e a maior folga de oferta das universidades públicas, se desvanecerá o factor de sobrevivência das privadas, a sua supletividade. Sobreviverão, fora a Católica, certamente uma (Lusófona), provavelmente mais outras duas (Lusíada, Autónoma), em Lisboa, eventualmente uma no Porto. Curiosamente, são, ao que julgo saber, as que não têm o pecado original das universidades privadas.
Para muita gente, esse pecado original foi o da falta de qualidade, num período em que o Estado, incapaz de corresponder à procura, fechou os olhos e contemporizou. Passou-se nos anos 80. Isto é esquecer um outro pecado original, o da verdadeira origem. Se essa expansão foi possível foi por estarem criadas as condições de desbravamento do terreno pela Universidade Livre, ainda nos anos 70. Já não se lembram? Ora a criação da ULivre não tem nada a ver com o que referi, foi pura e simplesmente o dar ocupação privada a professores saneados depois do 25 de Abril.
O comportamento trauliteiro desses senhores na ULivre, que a estilhaçou, prolongou-se pelos seus variados filhotes, chegando agora à UnI. A questão não é de mercado, nem de livre iniciativa, nem sequer de requisitos técnicos mínimos (venha a acreditação, a sério). É, sobretudo, de falta de envergadura moral.
Nota 1 – Já depois de escrito este apontamento, li no Público de 1.4.2007 a crónica habitual de António Barreto, muito no sentido do que aqui deixo escrito.
Nota 2 – Em relação ao novo reitor, a UnI declarou que não considera incompatível o seu cargo com a sua situação de empregado de um banco. Só por tal desconchavo, a UnI merecia ser imediatamente encerrada.
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