21 de fevereiro de 2007

 

Novo artigo

De António Fidalgo, da Universidade da Beira Interior, "O 'horror lusitanorum' da FCT". Palpita-me que vai dar polémica. Os comentários podem ser inseridos nsta entrada.

Comentários:
O artigo traduz uma abordagem nova de um problema velho...
A minha visão sobre a questão enunciada, não está tanto na dúvida sobre a correcção e isenção dos júris de projectos submetidos à FCT, ou sequer numa constituição mais ou menos nacionalista dos mesmos. A quem seria de se exigir verdadeira isenção, transparência e correcção, é a quem encomenda, ou a forma como se encomendam "os juízos".
 

 

Secundo Regina Nabais na ideia de que a questão não é nova, na gestão do ensino superior, ou na gestão económica do país, de um modo geral - recorde-se o relatório Porter, por exemplo. O que é novo são o despudor com que se usam os dinheiros públicos para financiar instituições e investigadores estrangeiros, enquanto a disponibilização dos dinheiros contratados com os centros de investigação nacionais atingem atrasos "record".
De idêntico modo, deixou-se de perceber quando abrem os concursos para projectos individuais e, sobretudo, quando é que estarão disponíveis os resultados da seriação dos ditos projectos.
Fica-me a dúvida sobre se o pagamento por parte do MCTES/FCT aos seus consultores estrangeiros segue o mesmo padrão da libertação de meios para as unidades de investigação nacionais.
 

 

Uma das frases do texto resume bem o problema das Ciências da Comunicação em Portugal - "Nenhum destes dominava o português, falado ou escrito, língua em que se encontra quase toda a produção científica portuguesa.".

Parece-me pouco razoável acreditar que a realidade portuguesa tem especificidades suficientes para justificar que "quase toda" a publicação científica seja em português. A maior parte do que se discute em encontros nacionais (p.e. SOPCOM) ultrapassa a nossa realidade e deveria ser enquadrado/discutido na realidade global. Isto só é possível através da participação nas conferências de referência da área, onde o inglês e o francês são a norma.
 

 

O artigo é um verdadeiro "tiro ao lado" e demonstra (mais uma vez) os problemas existentes com a I&D em Portugal.

A necessidade da utilização de avaliadores estrangeiros é óbvio para alguém que permaneça no nosso país por mais que um mês: o compadrio reinante a todos os níveis. Não descarto a ideia da existência de avaliadores nacionais, com ou sem poder de voto, de forma a contextualizar realidades específicas do nosso país, mas discordo por absoluto de uma avaliação interna que apenas resultaria na distribuição de verbas pelos "amigos".

Em relação ao uso do inglês (o francês já foi tempo...), quer se goste quer não é a língua franca da divulgação ciêntifica a nível mundial. Quem não tem capacidade de adaptação, acabará inevitavelmente por falhar. Não digo que seja obrigatório aos investigadores dominarem a língua, mas terem agilidade o suficiente para contornarem o problema. Quem acompanhar a produçã ciéntifica chinesa (p.ex.) perceberá o que digo.

O único ponto que aceito como inteiramente válido no artigo é o da irresponsabilidade dos avaliadores. Deveria ser corrigido e seguir um critério próximo das submissões a revistas científicas.
 

 

Não estranhem o meu silêncio. Quando alojo um artigo no meu sítio, é porque acho que pode despertar discussão, como se vê neste caso, mas não interfiro. Seria como um director de jornal a comentar os artigos de opinião.
 

 

 

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