28 de fevereiro de 2007

 

Inquérito sobre a governação

Recebi uma mensagem do SNESup:
"INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO SOBRE POSSÍVEIS ALTERAÇÕES AO MODELO DE GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Colegas:

Vem já de há algum tempo a discussão sobre possíveis alterações ao modelo de gestão das instituições de ensino superior público, com indicação de alternativas quanto à forma de designação e à base de recrutamento dos seus responsáveis máximos, bem como quanto à estrutura orgânica interna e ao relacionamento entre órgãos.

Estando anunciada, para o primeiro semestre do corrente ano de 2007, a apresentação de propostas de medidas legislativas e parecendo-nos imprescindível colher a vossa sensibilidade sobre alguns aspectos fulcrais de possíveis "reformas", vimos solicitar-vos que preencham o questionário disponível no endereço www.snesup.eu.

As respostas ao questionário serão objecto de tratamento por profissionais qualificados. Os resultados do apuramento serão publicados sem que os respondentes sejam identificados."
Achei a ideia muito interessante e fui logo ao inquérito, mas fiquei desiludido, o que motivou a minha resposta ao SNESup.
"Louvo a vossa ideia de um inquérito sobre o sistema de governação das instituições de educação superior. No entanto, a meu ver, é difícil responder ao vosso inquérito porque enferma do mesmo erro básico que a anunciada proposta do governo: a identificação biunívoca "senado/conselho geral". São duas coisas paralelas mas bem distintas, um órgão de governação estratégica (chamemos-lhe conselho geral) e um órgão de governação académica e de participação da comunidade (chamemos-lhe senado). Não posso responder às vossas perguntas que se dirijam simultaneamente a um e a outro órgão. Questão de alhos e bugalhos.

Já escrevi sobre isto, aqui e aqui.
P. S., 14:45 - Impõe-se uma correcção. Segundo informação que acabei de receber do SNESup, o termo conselho geral usado no inquérito não se refere a um possível "board" mas apenas ao já existente conselho dos institutos politécnicos. No entanto, mantenho este apontamento como alerta em relação ao problema que referi, como já tinha referido anteriormente.

Comentários:
Confrontei-me com a mesma dificuldade. Procurei contorná-la (mal) por recurso às perguntas de resposta aberta.
O questionário parece-me ser uma boa ilustração da ideia de que, num levantamento desta natureza, as questões são mais importantes que as respostas que possam ser dadas. Também mostra a dificuldade de contruir soluções novas, mesmo que haja agentes animados de um espírito de renovação - o que está por provar.
 

 

 

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