6 de dezembro de 2006
A OCDE antes de tempo
O relatório da OCDE só vai ser apresentado na próxima semana, mas parece já estar a começar a ter efeitos. "O Governo está a ponderar fechar uma das quatro universidades públicas em Lisboa, no âmbito da reorganização da rede de estabelecimentos de ensino superior que deverá avançar no próximo ano, avançou hoje o Diário Económico."
Parece-me simples cosmética. O que se pretende com uma extinção/fusão? Racionalização da oferta ao mercado, economias de escala, redução de encargos, melhor gestão? Com a excepção da possível integração do ISCTE na UL, nada disto me parece que resulte de qualquer extinção/fusão das universidades da área metropolitana de Lisboa.
Não vejo como possa haver melhor racionalização da oferta. A maioria dos cursos fica saturada, a oferta não é excessiva. Nos casos em que é, alguns cursos de letras e ciências, basta uma acção central ou institucional para concentração da oferta. Economia de escala? Mas se ela hoje nem existe, a nível de cada universidade, com uma gestão incipiente! Tenho como regra que uma gestão má de uma instituição se multiplica exponencialmente com a dimensão, não linearmente. Redução de encargos? É certo, menos uma reitoria, talvez alguma redução de serviços, mas provavelmente não muito considerável. Coisas funcionais, como o maior contacto de proximidade de massas criticas? Mas quê, vão-se construir novos edifícios para esses novos departamentos integrados?
O que é essencial é que qualquer remanejamento destes não iria afectar o financiamento global, o número total de professores, o número global de alunos. O que iria era reduzir a diversidade, afectar culturas institucionais estabelecidas e que, pela diferença, contribuem para uma emulação saudável. Além de que o gigantismo institucional, sabemos muito bem, é um dos principais factores de má gestão, entre nós. "Small is beautiful"!
Como em tudo, também esta é uma questão de custos-benefícios. O que é que de relevante se pode ganhar que compense minimamente a confusão e a perturbação funcional resultantes de uma fusão artificial de instituições com história e identidade muito marcantes? A menos que uma intenção escondida seja a de reduzir o número total de professores, como se a noção de excedentes fosse de aplicação fácil às universidades.
Muita coisa peregrina ainda está para vir, receio. Se o MCTES ou seja lá quem for tem uma nova ideia, o que exijo é que ma expliquem com rigor. Argumentos racionais, objectivos e, sobretudo, números.
Refiro o caso especial do ISCTE, uma simples escola com banda disciplinar estreita, que, no essencial, cobre áreas não abrangidas pela UL. Ainda por cima, está na sua área geográfica próxima. Porque não integrar-se na UL? É conhecida a resistência, que é uma prova de como coisas destas são muito difíceis, face à (in)cultura corporativa universitária.
Parece-me simples cosmética. O que se pretende com uma extinção/fusão? Racionalização da oferta ao mercado, economias de escala, redução de encargos, melhor gestão? Com a excepção da possível integração do ISCTE na UL, nada disto me parece que resulte de qualquer extinção/fusão das universidades da área metropolitana de Lisboa.
Não vejo como possa haver melhor racionalização da oferta. A maioria dos cursos fica saturada, a oferta não é excessiva. Nos casos em que é, alguns cursos de letras e ciências, basta uma acção central ou institucional para concentração da oferta. Economia de escala? Mas se ela hoje nem existe, a nível de cada universidade, com uma gestão incipiente! Tenho como regra que uma gestão má de uma instituição se multiplica exponencialmente com a dimensão, não linearmente. Redução de encargos? É certo, menos uma reitoria, talvez alguma redução de serviços, mas provavelmente não muito considerável. Coisas funcionais, como o maior contacto de proximidade de massas criticas? Mas quê, vão-se construir novos edifícios para esses novos departamentos integrados?
O que é essencial é que qualquer remanejamento destes não iria afectar o financiamento global, o número total de professores, o número global de alunos. O que iria era reduzir a diversidade, afectar culturas institucionais estabelecidas e que, pela diferença, contribuem para uma emulação saudável. Além de que o gigantismo institucional, sabemos muito bem, é um dos principais factores de má gestão, entre nós. "Small is beautiful"!
Como em tudo, também esta é uma questão de custos-benefícios. O que é que de relevante se pode ganhar que compense minimamente a confusão e a perturbação funcional resultantes de uma fusão artificial de instituições com história e identidade muito marcantes? A menos que uma intenção escondida seja a de reduzir o número total de professores, como se a noção de excedentes fosse de aplicação fácil às universidades.
Muita coisa peregrina ainda está para vir, receio. Se o MCTES ou seja lá quem for tem uma nova ideia, o que exijo é que ma expliquem com rigor. Argumentos racionais, objectivos e, sobretudo, números.
Refiro o caso especial do ISCTE, uma simples escola com banda disciplinar estreita, que, no essencial, cobre áreas não abrangidas pela UL. Ainda por cima, está na sua área geográfica próxima. Porque não integrar-se na UL? É conhecida a resistência, que é uma prova de como coisas destas são muito difíceis, face à (in)cultura corporativa universitária.
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