13 de dezembro de 2006

 

Ainda a OCDE

Conversei há dias com um velho amigo sobre a operação OCDE e fiquei surpreendido. Ele situa-se num sector político muito oposto ao governo e, no entanto, manifestava alguma compreensão para com o MCTES: "MG tem de ter apoios, contra as resistências previsíveis". Claro que o meu amigo não estava a descobrir nada que não se saiba, a questão é outra. Em primeiro lugar, estou convencido de que as resistências, puras e duras, se vão estar nas tintas para o apoio estrangeiro ao ministro. Até vão gozar com isto, chamando a atenção para a falta de coragem política.

Muito mais importante é o desconhecimento ministerial de algumas coisas da dinâmica política, em que Sócrates tem sido mestre, tire-se-lhe o chapéu. Aproveitou a maioria absoluta para "fazer sangue", mostrou coragem, marcou a imagem de toda a legislatura, mesmo que depois as coisas sejam diferentes. E vão ser. A partir de meados de 2007, vai começar a pensar nas próximas eleições e vai adoçar o discurso.

Entretanto, MG perdeu tempo precioso, com o seu medo atávico do conflito e da impopularidade. Este exercício da OCDE, como o da ENQA, fez-lhe perder dois anos de capacidade de manobra. Quando quiser traduzir em medidas o que até admito que ele já tivesse pensado mas não se atrevendo a agir, vai-se confrontar com o calendário político do primeiro ministro. Racionalização do sistema e regulação? Lei da autonomia? ECDU? Talvez só no próximo governo, seja ele de que partido for.

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