15 de novembro de 2006
Reconversão
Já tinha sido anunciado, mas agora saiu como edital. Vai haver um programa especial de bolsas para requalificação de docentes universitários. A iniciativa tem mérito indiscutível, porque a reorganização da rede, para já não falar nos efeitos imediatos das constrições orçamentais, vai causar excedentes de pessoal docente.
No entanto, tenho dúvidas sobre os efeitos práticos. Teremos novos doutores, mas não irão apenas engrossar o já tristemente considerável contingente dos doutores desempregados ou com trabalho precário? Quem os vai empregar, quando já não empregam os actuais?
Por outro lado, é preciso ter em conta que muitos dos professores em risco de desemprego são convidados, muitos com um emprego principal fora da educação superior, especialmente nos politécnicos. Vai-lhes ser muito difícil aproveitar este programa, que exige dedicação a tempo inteiro. Mas, por outro lado, é razoável que se tenha grandes preocupações com pessoas nesta situação, muitas vezes a prestarem serviço muito precário e não profissionalizado às instituições?
Conheço uma universidade com percentagem anómala de professores convidados, que foram necessários quando a universidade criou novos cursos para que não dispunha de qualificação docente. Cursos hoje encerrados, mas mantendo-se as contratações, pela brandura dos nossos costumes. Estudei a lista. Se fosse rescindido o contrato, nenhum iria para a miséria, porque têm bons salários nas suas actividades principais.
O problema é diferente em relação a professores auxiliares no termo do primeiro quinquénio, quando têm a expectativa da nomeação definitiva. No entanto, palpita-me que serão os menos prejudicados, pelas relações endogâmicas anteriores, para os que começaram como assistentes, ou pelas cumplicidades estabelecidas entre "professores de carreira" (até, sejamos corajosos a agarrar o boi pelos cornos, por todos os tráficos de influências, com destaque para as votações nos conselhos científicos).
No entanto, tenho dúvidas sobre os efeitos práticos. Teremos novos doutores, mas não irão apenas engrossar o já tristemente considerável contingente dos doutores desempregados ou com trabalho precário? Quem os vai empregar, quando já não empregam os actuais?
Por outro lado, é preciso ter em conta que muitos dos professores em risco de desemprego são convidados, muitos com um emprego principal fora da educação superior, especialmente nos politécnicos. Vai-lhes ser muito difícil aproveitar este programa, que exige dedicação a tempo inteiro. Mas, por outro lado, é razoável que se tenha grandes preocupações com pessoas nesta situação, muitas vezes a prestarem serviço muito precário e não profissionalizado às instituições?
Conheço uma universidade com percentagem anómala de professores convidados, que foram necessários quando a universidade criou novos cursos para que não dispunha de qualificação docente. Cursos hoje encerrados, mas mantendo-se as contratações, pela brandura dos nossos costumes. Estudei a lista. Se fosse rescindido o contrato, nenhum iria para a miséria, porque têm bons salários nas suas actividades principais.
O problema é diferente em relação a professores auxiliares no termo do primeiro quinquénio, quando têm a expectativa da nomeação definitiva. No entanto, palpita-me que serão os menos prejudicados, pelas relações endogâmicas anteriores, para os que começaram como assistentes, ou pelas cumplicidades estabelecidas entre "professores de carreira" (até, sejamos corajosos a agarrar o boi pelos cornos, por todos os tráficos de influências, com destaque para as votações nos conselhos científicos).
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