17 de outubro de 2006

 

Bolonha segundo Marçal Grilo

Tenho sempre redobrados motivos para ler com atenção – e concordância, em geral – o que escreve Marçal Grilo. Agora, foi uma entrevista ao Público (16.10.2006). A entrevista abrange variados aspectos da educação, mas fico-me pelo que diz respeito a Bolonha. À pergunta "Não se sente frustrado com a forma como muitos cursos foram reestruturados à luz do protocolo de Bolonha?", respondeu:
"O que aconteceu não teve nada a ver com o espírito do protocolo de Bolonha, que tive muita honra de assinar, enquanto ministro. A ideia era que as universidades se organizassem, se ligassem, criassem redes onde alunos e professores pudessem circular. Isso não aconteceu e caiu-se numa discussão normativa sobre os cursos deviam ter três mais dois anos, ou quatro mais um, com os governos a acabarem por ter de tomar decisões.

Por isso, apesar de na altura eu ter sido contra o facto de a Comissão Europeia ter sido signatária da Declaração, a verdade é que hoje a comissão lançou uma série de iniciativas, como muitos incentivos financeiros, para que universidades de vários países europeus se juntem para organizarem cursos de mestrado ou doutoramento. Pode ser que assim se chegue a Bolonha, cujo objectivo não era ter graus todos iguais, era permitir uma grande mobilidade dos estudantes e dar às universidades europeias possibilidades de ganharem dimensão para competirem com as norte-americanas.

Isto não nada a ver com o que sucedeu em muitas escolas, onde se pegou nos "três mais dois" e tratou-se de ver onde cabiam os professores e as matérias dos cursos anteriores."
Por aquilo que tenho visto de "cursos adequados", acho deliciosa a ironia da referência "onde cabiam os professores". Há alguém que queira perder o seu lugar ao sol?

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